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UM BOTECO MUITO À FRENTE

Sempre achei engraçado que, até há poucos anos atrás, a maior representatividade de restaurantes brasileiros que tínhamos um pouco por todo o país eram rodízios de carne. Cadeias como o Chimarrão fizeram muitas gerações de jovens portugueses acreditar que aquilo que se comia no Brasil era picanha, maminha e outros cortes de carne em espeto. Mas depois foram começando a abrir novos restaurantes brasileiros que nos mostraram que havia muito mais para além disso. No fundo, não é muito diferente do que acontece com a grande maioria das gastronomias quando são “exportadas” para outros países: acabamos por receber só algumas coisas, e geralmente aquelas que são mais fáceis de… assimilar.

O Boteco do Chef Kiko é uma das boas reaberturas do ano, e ainda bem, porque Lisboa precisa de mais restaurantes que nos mostrem a gastronomia brasileira para além dos cortes de carne. E aquilo que aqui acontece é uma fusão muito interessante de referências, sabores, texturas, ingredientes um pouco de toda a América do Sul, que nos transporta numa verdadeira viagem. Uma viagem que nos entra pelos olhos dentro e depois apela a todos os nossos sentidos.

No fundo, é um pequeno pedaço do Brasil que ocupa o número 37 da Praça Luís de Camões, mesmo no centro de Lisboa. Um Brasil com classe, sofisticado, mas com alma jovem e alguma “ginga”. Um Brasil que serve samba e picanha, mas de uma forma moderna e estilosa.